quarta-feira, 5 de julho de 2017

Verdades que Libertam...

Partilho acima o depoimento de Ivana Warwick a qual me alegrei pela oportunidade de conhecer pessoalmente no Retiro Nacional ICM em 2016 e aprender mais sobre o universo Querr; (Dom Jean Frank):
Eu sou a Ivana Warwick. Tenho 2 anos de idade em um corpo de 53. Nesse quase meio século tentei, mas não consegui deixar de nascer. Eu saí da opressão, do medo, da vergonha, e decidi que eu não seria a primeira a me rejeitar. Escolhi meu gênero, meu nome e sobrenome, meu estilo, meu cabelo. Escolhi me revelar para minha família, afinal, faz sentido o mundo me conhecer e eles não?Quando nasci, carreguei todos os defeitos que já tinha, mas a hipocrisia não teve jeito. Ficou pra trás e não volta mais. Minha afeição pelas mulheres virou, digamos, uma coisa de pele. Amo. Aprecio. Escuto. Respeito. E presto muita atenção nas roupas e gestos das elegantes. Aprendo fácil.Escolhi também minha nova religião, que me diz que sou amada do Eterno, porque a antiga me lançaria no inferno. A antiga fala do amor, mas eu estaria fora dele. Na nova, Deus ama e é amor através de mim. Não rejeita ninguém. Não obriga ninguém a ser O portador de um pênis ou A portadora de uma vagina. Pode ser A portadora de um pênis ou O portador de uma vagina. Ele mesmo não tem gênero, enquanto tem todos. Aprendi que sou bela, porque o mesmo Eterno, que conhece meu corpo e minha alma, assim diz que sou. E outras tantas quanto eu, iguais, semelhantes ou mesmo diferentes. Mas já ouvi de alguns que sou linda. Deixe que falem, afinal, um elogio aqui e ali não faz tão mal assim.Eu nasci em dor e em alegria, porque não há parto sem dor. Não nasci em um corpo errado, como podem tentar explicar, mas é errado se limitar a ele e sofrer, e até desejar morrer. Sou senhora do meu corpo, e de como escolho sua vestimenta e ornamentação. Nasci cheia de necessidades, precisando de atenção, com muita fome de vida. Não sou melhor ou pior que ninguém, aparento apenas ser diferente do que fui antes, porque antes, eu era quem outros determinaram que eu seria. Meus olhos continuam os mesmos, com um brilho diferente. Até denunciam minha ridícula tentativa de anonimato. Afinal, como dizem os que entendem do assunto, eu "transito" entre os gêneros. Aprendi que poder escolher chama-se liberdade.Sou então uma experiência em carne e osso de liberdade. Deliciosa e dolorosa.Custou e está custando muito a decisão de ser o que sou, mas o custo de não ser estava sendo mortal.Viver essa liberdade me prendeu. Sim, estou presa à tarefa de aprender e ensinar que todo ser humano tem direito à liberdade de expressão em tudo, inclusive gênero ou afinidade sexual. Tudo o que diz acima soa meio egoísta, mas se você não tiver ego, bebê, outros terão por você.
Um beijo pra todxs e também pras travestis.
(Ivana Warwick) #OrgulhodeserICM #FamiliaICM


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